Odontopediatria

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A Odontopediatria é o ramo da Odontologia que oferece aos bebês, crianças e adolescentes um tratamento adequado para cada faixa etária, com o objetivo de prevenir cáries e impedir que ocorram dores e infecções orais, a perda prematura dos dentes e a diminuição da arcada dentária, entre outros problemas. Ela também contribui para diminuir a associação entre medo e tratamento dentário, pois deve garantir o bem-estar da criança, já que todas devem ter a oportunidade de receber cuidados dentários completos.

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São eles os responsáveis pela higiene não só das crianças que já tem dentinhos, mas também dos bebês e das gestantes. Aliás, as mães devem procurar esses profissionais ainda durante a gravidez, enquanto ainda tem um tempinho sobrando, para se informar sobre os cuidados que devem ter a partir do nascimento.

Segundo estudos americanos, mulheres que possuem gengivite demoram cerca de dois meses a mais para engravidar em comparação com as que tem a boca saudável. Além disso, o crescimento excessivo de bactérias na boca pode desencadear uma resposta inflamatória e aumentar o risco de aborto ou parto prematuro. Após o nascimento, a primeira consulta ao dentista deve ocorrer aos seis meses (época da erupção dos primeiros dentinhos). Nesta consulta, a odontopediatra irá orientar os pais sobre como prevenir cáries e instituir hábitos de alimentação e higiene bucal adequados para que nunca tenham problemas de saúde oral.

Também irá ensiná-los sobre qual a melhor pasta, escova, técnicas de escovação e como prevenir problemas de oclusão (mordida), erosão dental (desgaste) e traumas. Nessa fase, o profissional ainda alertará sobre o período e modelo adequado da chupeta e mamadeira.

Quando as crianças já estão mais crescidas, surgem diversos problemas bastante comuns, por isso seguem algumas dicas de como preveni-los:

Cárie

cárieEvite o consumo frequente de bebidas e comidas doces. Ao invés de pequenodoces ao longo do dia, melhor optar por vários de uma só vez (ex. depois do almoço), isso evitará acúmulo de placa, a grande causadora de problemas bucais. Não ofereça bebida doce na mamadeira. O período de contato com o açúcar na mamadeira é maior do que no copo e o tempo ideal para transição da mamadeira para o copinho é em torno do décimo quinto mês.

 

Cárie de 2º grau em dentina causada pelo excesso de ingestão de açúcar

Cárie causada pelo excesso de ingestão de açúcar

Traumatismo
Não deixe a criança andar descalça ou com meias antiderrapantes. Evite o uso de andador e tenha cuidados especiais com parquinhos de diversão. Os traumatismos geralmente acontecem pela falta de equilíbrio da criança, que é normal, por isso acompanhe sempre seus passos. Caso aconteça, não se preocupe, terá solução. Saiba mais aqui.

 

Dente de leite

Essa é uma das fases mais irritantes para as crianças, ainda mais quando são os primeiros, pois os dentes decíduos para irromperem devem rasgar a gengiva e isto dói. A criança fica inquieta, irritada e podem babar em demasia e sempre procuram alguma coisa para morder. Mordedores especiais para crianças dessa fase podem ser uma boa ajuda para apressar o rompimento da gengiva.

A erupção dos primeiros dentes decíduos, os incisivos centrais inferiores, pode ser esperada em redor dos 7 meses de idade, imediatamente a seguir os incisivos centrais superiores e depois os incisivos laterais. Há relatos de crianças que já nascem com os incisivos centrais. Aos quatro anos a criança deverá estar com todos os dentes de leite erupcionados. Dentição decídua completa, que permanece assim até os 6 anos, quando nasce o primeiro molar permanente, e inicia-se a dentição mista.

dentição0 decídua
A preservação da dentição decídua (de leite) é de suma importância para o desenvolvimento da fala, para a alimentação da criança nos primeiros anos e para o próprio conforto psicológico dos pequenos ao relacionarem-se com os seus colegas, por isso, é importante contar com um profissional especializado para fazer o acompanhamento da criança nessa fase.

Chupeta e problemas de mordida

Ainda é um assunto muito debatido entre pais e dentistas. Alguns acreditam não faz mal, outros o contrário, mas uma coisa é certa, o uso excessivo e prolongado da chupeta, mamadeiras e que a criança chupe ou morda o dedo, paninhos e objetos com frequência, podem provocar alterações no alinhamento dos dentes, deformidade óssea do palato (céu da boca), alteração na musculatura da face e na mordida, no desenvolvimento da respiração e na fala, repare se ela respira muito pela boca e, se isso ocorrer, procure um especialista.

mordida aberta

De acordo com alguns odontopediatras nenhuma chupeta é recomendável. Explica-se que se a criança for devidamente amamentada no seio até quando puder, ela não sentirá falta da sucção, o mecanismo reflexo, necessário para o bebê e considerado fisiológico na vida dos pequenos. Esse movimento, feito para sugar o leite do seio, é essencial não só para a alimentação como também para auxiliar no crescimento e no desenvolvimento da mandíbula. O ideal é não usá-la, porém, se não tiver jeito, é melhor optar pela chupeta ortodôntica, que modela o bico de acordo com o formato da boca

Chupeta ortodôntica e chupeta comum

Chupeta ortodôntica e chupeta comum

Como cada tipo de chupeta se acomoda na boca da criança

Desgaste excessivo

Evite rotinas diárias que deixam a criança agitada e nervosa, pois ela precisa de um período durante o dia para descansar. Reduza a ingestão de alimentos ácidos como catchup, mostarda, vinagre, refrigerantes, isotônicos esportivos, ice tea e sucos cítricos, tanto naturais como artificiais. Também evite a natação frequente em piscina com cloro, pois em excesso pode causar descoloração dos dentes. Como se diz o velho ditado, “tudo demais, sobra”.

Escovação

Nos primeiros meses de vida é aconselhável após a mamada passar uma gase molhada em água filtrada na gengiva, com muita cautela, pois isso evitará acumular desde já biofilme dental (ou placa). A partir dos 6 meses, quando os dentinhos começarem a irromper, lembre-se de que a sua gengiva estará muito irritada, então nada de força! Nessa fase pode ser usado os dedais, um tipo de escova siliconada e bem mole. Essa medida além de já o acostumá-lo para as futuras escovações, ainda favorecerá ao seu filho um alívio, pois assim estará evitando problemas.

Dedais de escovação

Dedais de escovação

  • Tipo de escova

dente heróiQuando os dentinhos já estiverem irrompidos, já pode usar as escovinhas, que são bem pequenas e de cerdas ultra macias, próprias para a idade. No caso de crianças até os 7, 8, anos a escovação deve ser acompanhada pelos pais, pois é quando elas começam a ter coordenação para escovarem sozinhas. E lembre-se sempre de usar escovas e pastas próprias para cada faixa etária, basta checar a indicação na embalagem. A quantidade de cerdas, que sempre devem ser macias, e o tamanho da cabeça vão evoluindo de acordo com o aparecimento dos dentes. A escova deve ser trocada mensalmente ou sempre que estiver em mau estado (com as cerdas muito abertas, por exemplo).

  • Creme dental

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Na hora de usar o creme dental, prefira os infantis, com sabor e concentração de flúor próprios para crianças. O produto para adultos não é proibido (exceto os formulados para clareamento ou combate à sensibilidade – problema que não costuma surgir entre os pequenos mas, se acontecer, deve ser tratado no consultório). Coloque o equivalente à metade de um grão de arroz cru para bebês com até oito dentes da frente. Se a criança já tiver os do fundo, dobre a porção. Por volta de 2 a 3 anos, quando ela já souber cuspir, o parâmetro será um grão de ervilha. A partir dos 5 anos, aumente a quantidade gradualmente.

  • Fio dental

fio dental

Para que seu filho se acostume com o fio dental, você deve passá-lo desde cedo, à medida que o dente for nascendo um do lado do outro. Ele não só elimina restos de alimentos como remove a placa bacteriana. O fio deve ser usado diariamente (ou pelo menos em dias alternados). E, por falar em frequência, a escovação também precisa ser regular. No caso dos bebês, ela deve ser realizada apenas duas vezes: uma pela manhã e outra à noite. Após o primeiro ano, a rotina alimentar já estará mais definida. Aí, será necessário fazer a higiene bucal três vezes ao dia, sempre depois das refeições. Já os enxaguantes bucais só devem ser utilizados com orientação de um especialista e a partir dos 6 anos.
É de extrema importância que a criança desde cedo seja acompanhada pelo dentista e que seja mostrada a ela o que, uma boa alimentação mais uma boa higiene podem fazer pelo seu bem estar, assim ela crescerá informada, sem traumas e saudável.

 

 

Referência: http://guiadobebe.uol.com.br/o-que-e-odontopediatria/http://www.cromt.org.br/Noticias-e-artigos.aspx?Secao=11&Noticia=223http://www.abcdasaude.com.br/artigo.php?3015http://brasil.babycenter.com/a6600043/cuidados-com-os-dentes-do-beb%C3%AAhttp://www.guiadasemana.com.br/filhos/noticia/chupeta-ortodontica-ou-convencionalhttp://revistacrescer.globo.com/Criancas/Saude/noticia/2013/07/como-escovar-corretamente-os-dentes-das-criancas.html

Imagens: http://www.linkirado.net; https://encrypted-tbn1.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcTu5dnn-zNYj2IkA4ivRZgeISP0XHfPAQTNBY_wMBlYKJj_mBto

Medo? Relaxe, não vai doer.

odontofobia

Quem nunca sentiu medo ou repulsa pelo ensurdecedor barulhinho do micromotor? Ou então aquele frio na barriga quando o dentista diz “teremos que anestesiar”? Atire a primeira pedra quem nunca sentiu. Que é comum essa velha frase “tenho medo de dentista” todos nós sabemos, mas o que talvez não saibamos é a origem da Odontofobia.

O medo de dentista é um fenômeno conhecido há centenas de anos. As primeiras crônicas remontam à Idade Média, quando o imaginário popular relegava ao “tiradentes” um papel inferior e mais ambíguo que o de seus “colegas” médicos. Ele era na maioria das vezes um ambulante: em companhia de ilusionistas, malabaristas e músicos, percorria feiras e mercados, de cidade em cidade, exibindo-se em palcos. Desse modo o público podia admirar a maestria do exercício de sua especialidade.

De fato, naquele tempo, haviam motivos reais para ter medo do dentista, mas hoje, a ciência e a tecnologia evoluíram muito para reduzir a dor e o desconforto, bem como a consciência a respeito da importância de manter uma relação de delicadeza e confiança com os pacientes. Ainda assim, o medo antigo permanece. Os inúmeros estudos que procuraram quantificar a difusão desse medo chegaram mais ou menos à mesma conclusão: quase 50% da população vai ao dentista com certa dose de ansiedade.

Dentista do século XIX

Dentista do século XIX

As primeiras experiências odontológicas, ainda na infância, são de grande importância no plano psicológico. Quando associadas com sensações de dor, contribuem decisivamente para a formação do sentimento de medo e para as posteriores resistências a enfrentar os procedimentos odontológicos. Associar as experiências traumatizantes com mensagens, vinculando-as à punição por comportamento inadequado, parece contribuir também para agravar o sentimento de medo.

Os profissionais da área reconhecem que, por mais que tenha havido um grande desenvolvimento nas bases científicas e tecnológicas dos processos de trabalho odontológico, a experiência de sentar na cadeira de um dentista continua não sendo das mais agradáveis.

dentistas antigos

Bridgeman Art Library / Louvre, Paris, France

Características

É comum que crianças fiquem assustadas na primeira consulta, principalmente se adultos lhes disseram que os profissionais usam brocas e aplicam injeções. Isso é um erro! É imprescindível uma conversa com a mesma antes de encarar um dentista, tentar tranquilizá-la ao máximo possível, explicando que, dentro daquela sala não existe bicho papão esperando-a com ferramentas estranhas e pronto para arrancar seu dente e sim, alguém que irá fazer passar a dor matando o bichinho dentro dele.

criança medo

É apenas na idade adulta que os medos se transformam em ansiedade e apresentam leve aumento na pressão sanguínea, suor frio e só, mas há, no entanto, os que enfrentam sinais e os comportamentos típicos da odontofobia: a reação física não controlada, associada à figura do dentista e ao tratamento. Entre eles estão suores abundantes, taquicardia e aumento da pressão arterial. Ou o contrário: queda repentina de pressão, palidez e, às vezes, desmaio. Nesse caso, em geral, a consulta é adiada.

Mas, na maioria das situações, quem passou por uma desventura dessa natureza tende a adiar eternamente o novo atendimento. Para interpretar esses casos foram levantadas muitas hipóteses. Segundo a professora Ruth Freeman, pesquisadora da faculdade de odontologia da Queen’s University de Belfast, “a odontofobia pode ser o resultado de um duplo processo: uma falsa conexão e um deslocamento psíquico”. A primeira se instaura entre um objeto ou uma lembrança associada ao evento traumático sofrido geralmente na infância, no qual, na maioria das vezes, a pessoa se sente impotente. Já o deslocamento é a transferência da ansiedade provada naquela circunstância negativa para a sala do dentista. A sensação de impotência e até vergonha por ficar com a boca aberta, nem sequer podendo falar, provavelmente contribui para o mal-estar.

Vença o medo!

Escolha um profissional de sua confiança
É importante confiar no profissional, principalmente se você já teve alguma experiência desagradável em tratamentos odontológicos. E, se necessário, procure outro especialista com o qual se sinta mais à vontade.

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Fale sobre seu medo
Falar sobre como sente o problema às vezes é suficiente para aliviar a tensão. Hoje muitos dentistas estão preparados para lidar com ansiedades dos clientes; por isso, logo na primeira consulta é importante expor receios e inseguranças. Se não bastar, um psicólogo pode ajudar.

Não sinta vergonha
Muitas pessoas ficam constrangidas e escondem seu medo de submeter-se ao tratamento odontológico. É importante saber que você não está sozinho: a odontofobia é um problema frequente, e os homens, em particular, ficam bem mais tranquilos quando admitem essa dificuldade e percebem que ter medo não diminui de forma alguma sua virilidade.

O que assusta mais
Muitas vezes o medo parece difuso, o que faz com que se torne maior e mobilize grande energia. Por isso, em muitos casos é útil discriminar esse sentimento, identificando o que provoca mais incômodo no tratamento: a injeção, o cheiro típico do consultório, o temor de sentir dor mesmo sob efeito da anestesia ou outro aspecto qualquer.

Sem compromissos
Para as pessoas que enfrentam grande desconforto com o tratamento, a consulta entre um compromisso e outro pode ser ainda mais estressante. Em geral, marcar um horário quando estiver menos sobrecarregado ajuda a chegar ao consultório mais relaxado. Para algumas pessoas é preferível uma hora pela manhã, já que com o passar do dia as fantasias assustadoras tendem a aumentar.

A informação pode ajudar
Você pode pedir ao dentista que lhe explique cada passo do tratamento e combinar com ele um sinal para que interrompa a ação caso a dor fique muito forte; geralmente, o fato de sentir que tem a situação sob controle o ajuda a sentir-se mais seguro.

Tente relaxar
Não consuma alimentos ou bebidas excitantes, como café, chá-mate ou refrigerantes, pouco antes da consulta. É conveniente evitar estas substâncias também na noite anterior, já que a ideia é dormir bem e chegar ao consultório descansado.

sem medo de dentista

Visitas mais frequentes, menos problemas
É recomendável fazer duas consultas de rotina por ano. Esta assiduidade, somada a uma higiene bucal correta com uso constante de fio dental e enxaguante, costuma reduzir a necessidade de intervenções mais invasivas e, portanto, mais temíveis.

E não esqueça, a odontofobia é uma barreira pisicológica que deve ser compreendida, respeitada e tratada.

 

Referências: http://143.107.240.24/departamentos/social/legal/revista/8.dpf; http://novohamburgo.org

Imagens: Google e livros

Saúde bucal: Mitos e Verdades

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Alguém um dia já deve ter se perguntado sobre alguns mitos e verdades sobre a área odontológica e não é para menos, pois é muito abrangente e a qual está sempre se atualizando e evoluindo, tanto em técnicas quanto em produtos de prevenção e estética. Neste post separei algumas perguntas que achei com mais frequência e interessantes para serem debatidas.

 

1) Bebidas alcoólicas, café e refrigerantes e outros alimentos escurecem os dentes?

Verdade. Cigarro, alimentos, antibióticos, envelhecimento e genética. Esses fatores podem comprometer a saúde da boca por conter substâncias corrosivas e pigmentos que fazem escurecer os dentes a longo prazo. Para prevenir o escurecimento, avisam os especialistas, o mais indicado é escovar os dentes até quinze minutos após uma refeição em que um deles esteja presente. A lista:

alimentos que mancham os dentes

2) Cigarro causa gengivite ou outras doenças?

Mito. O cigarro é apenas um fator coadjuvante na piora, um complicador na cicatrização da doença. A gengivite é uma inflamação na gengiva causada pela placa bacteriana. Porém o cigarro pode sim ser umas das causas principais do câncer bucal.

3) Chiclete sem açúcar realmente evita cáries?

Verdade. Há controvérsias, mas alguns especialistas consideram as gomas de mascar sem açúcar positivas e afirmam que elas estimulam a salivação. A saliva é anticariogênica, ou seja, previne as cáries. De acordo com eles é melhor mascar um chiclete sem açúcar do que uma bala.

4) Os sisos ou dentiqueiros, sempre devem ser extraídos?

Mito. Os sisos não devem necessariamente ser extraídos se eles estiverem em oclusão perfeita (todos os dentes em harmonia na arcada dentária). Esses dentes nascem entre os 17 e 21 anos e, dependendo do espaço nas arcadas dentárias, pode nascer um, dois, três ou todos os quatro. Quando não têm espaço para sair da gengiva é comum ficarem no interior do osso sem causar problemas. Mas se nascem tortos sobre os segundo molares, em geral, desestabilizam e colocam em risco os outros dentes, por isso é preciso retirá-los.

5) Bicarbonato de Sódio ajuda a clarear os dentes?

Verdade. Por ser uma substância abrasiva, o bicarbonato de sódio, que é um fermento que causa a limpeza na superfície do esmalte dos dentes, é responsável por promover um ligeiro clareamento. Mas os dentistas fazem um alerta: deve-se estar atento porque ele não deve ser utilizado continuamente e só deve ser feito por um profissional. Para manter os dentes brancos e saudáveis é importante a consulta do mesmo como forma de prevenção.

6) Enxaguantes bucais substituem a escovação?

Mito. Não! A escovação e o fio dental são os métodos mais eficazes para a limpeza dental e os enxaguantes são usados apenas como complemento. Sozinhos, sem a escovação e o fio, eles não têm utilidade nenhuma.

7) Creme dental clareador funciona? E fitas adesivas?

Mito. O creme clareador, apesar de alguns terem uma certa eficácia a longo prazo,  faz apenas uma limpeza da superfície, o que dá a falsa impressão de dentes mais claros. Pois o que torna os dentes escuros são o biofilme dental junto aos pigmentos causados por alimentos, com excessão de dentes originalmente escuros desde o nascimento por questões genéticas ou pelo uso de certas substãncias durante a gestação.

fita clareadora

O clareamento por fitas adesivas se dá pelo peróxido de hidrogênio contida nelas, porém há interferências de alguns profissionais em relação ao seu uso, principalmente de maneira indevida sem orientação de um especialista, isso porque a substância pode induzir ao câncer, segundo consta em literatura científica. Para os dentes, esse processo não representa nenhum perigo, desde que sejam respeitadas algumas recomendações que podem ser dadas pelo profissional. O risco está no contato direto deste produto com as mucosas da pele.

8) Exagerar o creme dental na escova aumenta o combate à cárie?

Mito. Escovar os dentes é um procedimento simples e imprescindível para manter a saúde bucal. Mas o exagero ainda é um erro muito comum. Não precisa encher a escova de pasta, o equivalente a um grão de ervilha na escova de dente é mais do que suficiente para  fazer uma boa higienização. Espuma em demasia não é sinônimo de eficácia.

9) A higienização noturna é a mais importante?

Verdade. À noite, quando a salivação diminui, deve-se fazer a escovação mais minuciosa por pelo menos 10 minutos. No entanto, a língua é o melhor sensor para saber quanto tempo devem-se escovar os dentes. Deve-se passá-la em todos os dentes para sentir qual ponto falta fazer a higienização. A escovação noturna é a mais importante, pois a atividade das bactérias é aumentada durante o sono e  o fluxo de saliva, que ajuda durante o dia a “limpar” os dentes, é menor à noite.

10) Escova com cerdas duras limpam melhor que as com cerdas macias?

Mito. Poucas pessoas dão importância ao modelo da escova de dente, mas o modelo da cabeça interfere bastante na hora da escovação. O modelo ideal são as cabeças quadradas, pequenas e de cerdas macias e médias. O modelo de escova quadrada chega até os últimos dentes limpando adequadamente e os modelos redondos não limpam de modo correto pelo fato da cabeça ser redonda e não possuir cerdas que acompanhe a anatomia da mesma.

Quanto às cerdas das escovas, as médias que não são duras e nem macias demais, garantem uma limpeza melhor. As cerdas duras, além de não limpar, não têm flexibilidade e acabam machucando a gengiva e desgastanto a superfície do dente.

11) Escovar os dentes com força é mais eficaz?

Mito. De maneira alguma!Isso só danificará seus dentes. O excesso de força desgasta a superfície do dente, tornando-o mais vulnerável a sensibilidade e a manchas, sem contar com as inflamações causada na gengiva, podendo levar de pequenas aftas a extensas e doloridas ulcerações. Deve-se ficar atento para a correta escovação, pois sem a técnica adequada, a escova ideal não terá muita eficácia.

12) As escovas de cerdas multiníveis são melhores que as de cerdas planas?

Verdade. Por possuir níveis diferentes e assim chegarem mais fácil as superfícies mais difíceis do dente, sua eficácia na retirada de alimentos e biofilme dental (a placa bacteriana) é maior. Lembrando que a escova deve ser trocada de 3 em 3 meses e em caso de doenças como gripe, não usá-la após a cura, evitando assim reicidiva.

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13) Usar enxaguante bucal com álcool prejudica o paladar?

Verdade. Os produtos que têm um teor alcoólico alto na composição, realmente afetam as papilas gustativas e alteram o paladar. Além disso, podem ser prejudiciais à mucosa da boca, pois acabam desidratando e deixando-a seca. Existem alternativas de enxaguantes sem álcool, mas o correto é consultar um dentista para que seja prescrito o produto certo com a frequência adequada para cada caso.

Lembrando: para qualquer procedimento deve-se sempre consultar o dentista, pois ele te dará as informações que precisa e indicará o melhor procedimento de acordo com sua necessidade.

Referências: http://estilo.br.msn.com/tempodemulher/beleza-e-saude/higiene-bucal-10-mitos-e-verdades; http://revistashape.uol.com.br/component/content/1387/materia/saude-bucal-mitos-e-verdades; http://veja.abril.com.br/241007/p_132.shtml; http://www.indusbello.com.br/clareamento-dental/#.UYpQgtmjgtU

Cuidado! A saúde começa pela boca!

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Hoje em dia, as pessoas chegam a um consultório odontólogico à procura de um sorriso perfeito, bem alinhado e, é claro, branquinho. Isso é muito bom, pois sem uma boa aparência, você não sorri, não existe a autoconfiança e ainda há a exclusão na sociedade, que por imposição da mesma é que há tamanha obsessão pela “perfeição”.  Engana-se quem acha que dentes brancos e alinhados são sinônimo de saúde.

Já ficou comprovado de que os microrganismos presentes na boca, responsáveis pelas doenças bucais mais comuns, podem levar seu corpo a um estado crítico.

A importância da higiene bucal

Ao dificultar a vida de bactérias que causam cáries, gengivites e afins, você estará prevenindo uma série de doenças em outras partes do corpo. Até mesmo o mais branco dos sorrisos abriga um exercito de cerca de 560 tipos de micróbios.
Com uma boa higiene, eles não incomodam. Já a má limpeza é a senha para se multiplicarem e praticarem atos de vandalismo. Um deles, o Streptococus mutans, ganha superpoderes em contato com o açúcar e provoca cáries. Outros germes, como o Prevotella intermédia, proliferam em meio a restos alimentares e causam a gengivite, inflamação responsável por sangramentos na gengiva. Um terceiro time, que congrega a Bacteróides forsythus, detona a periodontite, capaz de corroer a base dentária.

Outros alvos

Os estragos não se restringem à boca. Os odontólogos encontram cada vez mais vínculos entre essas bactérias e males que surgem em lugares distantes dali. A proliferação de micróbios na língua, que forma uma crosta, a saburra, pode invadir o estômago e o aparelho respiratório, ocasionando gastrites ou sinusites. Os sangramentos gengivais, por sua vez, abrem portas para germes invadirem o sangue e lançarem toxinas relacionadas a infecções nas articulações e nos rins.

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25% das pessoas que sofrem de endocardite morrem ou tem complicações

As grávidas também são suscetíveis às infecções originárias na boca, que podem causar inflamações na placenta e provocar abordos e partos prematuros. Nos diabéticos, essas infecções são responsáveis por criar um circulo vicioso. A irrigação deficiente da gengiva favorece o aumento da população de bactérias – isso porque as defesas do sangue passam a oferecer menos proteção – daí, aumenta-se a probabilidade de ataques em outras partes do corpo. De quebra, o quadro geral de saúde só piora. O risco é reduzido em quem assume as rédeas do diabete.

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À mercê dos micróbios


Se existe um alvo especialmente vulnerável, é o coração. Uma bactéria que é inofensiva na boca, o Streptococus viridans, gosta de fixar residência no endocárdio, o tecido que reveste o órgão. Sua viagem pela corrente sangüínea sempre começa com um sangramento na gengiva ou em um canal dental infectado. Uma vez instalado no peito, o microorganismo pode causar uma infecção grave, chamada endocardite bacteriana, conhecida por levar suas vitimas freqüentemente à UTI. Felizmente nem todos os indivíduos correm perigo. O problema é mais comum em pessoas com enfermidades congênitas ou que tenham malformações nas válvulas do coração, o popular sopro e os com baixa imunidade, usuários de drogas ingetáveis ilícitas, doença renal, diabetes, congestiva e com idade avançada.

Existem algumas medidas muito simples que cada um de nós pode tomar para diminuir significativamente o risco do desenvolvimento de cáries, gengivite e o risco de passar por tais agravantes:

  • Escovar bem os dentes e usar o fio dental diariamente.Lembrando que as cerdas da escova deve ser a mais macia possível.
  • Ingerir alimentos balanceados, sem muito açúcar e evitar comer entre as principais refeições.
  • Usar produtos de higiene bucal, inclusive creme dental que contenham flúor.
  • Usar enxagüante bucal com flúor e sem álcool, se seu dentista recomendar.
  • Garantir que as crianças abaixo de 12 anos tomem água potável fluoretada ou suplementos de flúor, se habitarem regiões onde não haja flúor na água.

higiene bucalSempre lembre de:

Consultar um especialista caso as suas gengivas doam ou sangrem quando você escova os dentes ou usa fio dental e principalmente se estiver experimentando um problema de halitose. Essas manifestações podem ser a indicação da existência de um problema mais grave.

Converse com seu dentista sobre o que está se passando e tire suas dúvidas, ele pode ensiná-lo a usar técnicas corretas de higiene bucal e indicar as áreas que exigem atenção extra durante a escovação e o uso do fio dental.

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Oclusão

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Para uma oclusão  hipoteticamente ideal ou normal, é preciso que os 28 dentes estejam ordenados no arco e em harmonia com todas as forças estáticas e dinâmicas que sobre eles atuam, ou seja, oclusão normal é estável e deve ser esteticamente atrativa. Para isso, é preciso ter uma gengiva saudável, sem sangramentos e boa aderência, osso alveolar íntegro, sem perda de material e a Articulação Temporomandibular (ATM) livre de dores, ruídos ou outra disfunção.
Má oclusão é o desvio no qual os dentes da maxila não se ajustam harmoniosamente aos dentes da mandíbula (maxila é o osso da face, onde estão inseridos os dentes superiores e mandíbula é o osso móvel onde estão encaixados os dentes inferiores, também pode ser chamado de arcada superior e arcada inferior), obviamente o contrário da oclusão ideal ou normal. Wylie (1947) define má oclusão como uma relação alternativa de partes desproporcionadas e que suas alterações podem afetar quatro sistemas simultaneamente, dentes, ossos, músculos e nervos.
A enorme diversidade de aspectos das más oclusões incitou os ortodontistas a classificar seus casos clínicos em classes, daí outras classificações foram surgindo, entretando de todas a que mais se difundiu e fixou-se definitivamente na Ortodontia foi a desenvolvida por Edward Hartley Angle.
Angle, baseando-se nas relações ântero-posteriores, classificou as maloclusões de acordo com os primeiros molares permanentes, pois eles são os mais constantes em tomar sua posição normal nas arcadas, principalmente os superiores. Essa relação entre primeiros molares superiores e inferiores é conhecida como “chave de oclusão”.
Baseado nesse critério lançou as seguintes classificações:
Classe I ou Neutroclusão
Esses casos se caracterizam por apresentarem harmonia entre as arcadas, prevalecendo apenas a desarmonia entre ossos e dentes, podendo provocar apinhamentos (posição dos dentes o qual um está sobreposto ao outro) na região anterior (atrás, região de molares).
angle classe 1
Classe II ou Distoclusão
Pode-se observar o aspecto “dentuço” do paciente, na maioria das vezes. Observa-se bom alinhamento de todos os dentes, mas apresenta uma curva de SPEE ( curva imaginária que vai da superfície oclusal [ face de um dente que entra em contato com o outro, mordida ] dos molares inferiores tanto do lado direito quanto do lado esquerdo até a superfície oclusal dos pré-molares), bastante acentuada.
Normalmente apresenta aumento de over-jet (sobressaliência), devido a uma vestibularização dos incisivos superiores, podendo ou não ter over-bite (sobre- mordida) acentuado.
Overjet-overbite
angle classe 2
Classe III ou Mesioclusão
Geralmente visto em indivíduos de aparência “queixuda” . Toda arcada inferior colocada anteriormente em relação à superior, causando mordida cruzada (desnivelamento da oclusão) anterior. Quando isto não ocorre, há uma compensação natural dos dentes, onde os anteriores superiores posicionam-se “para dentro” e os incisivos inferiores, “para fora”, corrigindo na maioria das vezes a mordida cruzada.
angle classe 3
Aqui o exemplo das 3 classes:
Classe-Angle

É importante atentar para os hábitos nocivos ainda na formação da dentição das crianças, como por exemplo o uso excessivo da chupeta. Se usada até a idade de 3 anos, ela não será tão prejudicial, mas passando dessa idade poderá causar algum transtorno na oclusão.

Outro péssimo hábito da criança é o de “chupar o dedo”, dos dedos sugados o pior deles é o polegar, pois além de aprofundar o palato ou “céu da boca”, ele leva os dentes superiores para fora e os inferiores para dentro.

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Mordida aberta causada pelo hábito de chupar dedo

Mordida aberta causada pelo hábito de chupar dedo

Outros hábitos como ficar sentado com a mão apoiada num dos lados do rosto e dormir sempre do mesmo lado, morder lápis, abrir garrafas, roer unhas, cortar linha com os dentes devem ser desestimulados, pois podem causar problemas futuros. Já em adultos, essa condição também deve ser observada, quando se perde um dente, este deve ser de imediato substituído por uma prótese ou implante, pois se tal não acontecer, corre-se o risco de se ter graves problemas oclusais.

Referências: Livro Classificação das má oclusões de Armando Salles Martins e Flávio Augusto Contrim Ferreira; http://gustavocosenza.files.wordpress.com/2010/04/classificac3a7c3a3o-de-angle.pdf; http://www.portalarcos.com.br/noticia/4417/Ma-Oclusao; imagens: http://renatoienny.com.br/classificacao-da-angle/, http://tiodentista.com.br/2011/03/o-estrago-que-um-dedo-faz.html, http://odontopedia.info/images/thumb/f/f7/Oclusao.jpg/400px-Oclusao.jpg

Piercings bucais, esse modismo vale a pena?

Nada contra quem usa ou já usou, mas como uma estudante da área de saúde e futura odontóloga, é meu dever alertar dos riscos e malefícios desta moda. Antes de especificar o assunto, falarei um pouco deste adereço, pois acho importante sabermos do que estamos discutindo.

Piercings são adornos aplicados no corpo através de perfuração, e seu uso tem aumentado, em todo o mundo, entre jovens de diferentes classes sociais. A palavra piercing deriva do verbo inglês to pierce, que significa furar, perfurar e é usada para definir um adorno de aço inoxidável, ouro, prata, teflon, acrílico ou titânio, fixado em diferentes partes do corpo, através de perfuração.

Há relatos de uso do piercing entre os egípcios, maias e nativos norte-americanos, tendo conotações espirituais, sexuais, estéticas e de rituais de passagem. São considerados como uma forma de expressão, arte corporal ou simplesmente uma moda. Os primeiros relatos sobre piercing oral na literatura odontológica datam da década de 90, sendo, portanto, um fenômeno relativamente novo para os dentistas. Na cavidade bucal, os locais comumente utilizados são os lábios, a língua, o freio lingual e o freio labial. Há ainda o piercing dental, muito ultilizadado hoje em dia a qual se compõe por pequenas peças que podem ser confeccionadas com ouro, pedras preciosas, diamantes ou cristal sintético e são coladas ou incrustadas no dente levando ao desgaste do mesmo para uma melhor incrustação.

piercings dentais

piercings dentais

piercing no freio labial

piercing no freio labial

piercing no freio lingual

piercing no freio lingual

Os riscos oferecidos pelo uso de piercings orais são muitos.O primeiro deles pode ser devido ao ato de aplicação do adorno, que, na maioria das vezes, não se dá por um profissional da saúde. Piercers são pessoas sem habilitação profissional, autodidatas, que muitas vezes desconhecem a anatomia humana, as condições sistêmicas do paciente e os parâmetros corretos de esterilização e assepsia, expondo o cliente, a doenças como tétano, hepatite, AIDS e herpes.

Alerta: os piercers não possuem licença para a utilização de anestésicos locais nem para prescrição de medicação pós-operatória, por isso, são comuns complicações como dor, edema e hemorragias. O edema é decorrente da colocação de um piercing lingual, em casos extremos, poderá comprometer as vias aéreas superiores. Se o piercing não for colocado exatamente sobre a linha média lingual, poderá causar sangramento prolongado e/ou parestesia (distúrbio da sensibilidade), devido à presença de feixes vasculonervosos localizados paralelamente a ela.

Além de complicações decorrentes da colocação do piercing, o uso do mesmo pode causar danos aos dentes, ao periodonto e aos tecidos de revestimento, tais como fratura dental, trauma à mucosa e recessão gengival associada a defeito ósseo periodontal . As chances de se observar tais problemas na cavidade bucal aumentam com o tempo de uso do piercing. Há também relatos de sensibilidade dental por galvanismo (eletricidade desenvolvida pelas ações químicas ou pelo contato de dois metais diferentes), reações alérgicas, irritação na pele com o uso de piercing labial, possivelmente por extravasamento de saliva, endocardite bacteriana, aspiração e ingestão do piercing, embolia cerebral e infecções locais. Abaixo alguns exemplos:

trauma dental causado pelo piercing

trauma dental causado pelo piercing

trauma causado pelo piercing

trauma causado pelo piercing

Os aspectos colaterais voltados para os problemas funcionais também podem ocorrer, como dificuldade na mastigação, deglutição e fonação. O usuário de piercing também pode desenvolver hábitos parafuncionais por “brincar” com o adorno, o que acentua os riscos de traumatismo e fraturas dentárias, além de poder gerar hiperatividade muscular.

trauma causado pelo piercing

trauma causado pelo piercing

A higiene do piercing deve ser incentivada e até mesmo ser realizada pelo profissional, se necessário. Até mesmo o trabalho do dentista pode ser dificultado pelo adorno, pois os mesmos aplicados na região peri e intraoral podem prejudicar o diagnóstico de patologias, à medida que interferem nas imagens radiográficas, sem contar com a estética, pois com a remoção do piercing deixará cicatrizes especialmente na região labial.

Além disso, muito se fala do potencial carcinogênico do trauma na mucosa bucal. Já se sabe que o câncer bucal é uma doença multifatorial e que o trauma está presente em vários casos, portanto, não se pode descartar nem afirmar a existência dessa associação. Vale lembrar que hábitos nocivos, como o uso de álcool e fumo, aumentam a incidência desses malefícios.

piercing

Como já foi dito, é DEVER dos cirurgiões-dentistas, alertar seus pacientes sobre os riscos e possíveis malefícios inerentes à aplicação e ao uso. Em se tratando de paciente já usuário de piercing oral, o cirurgião-dentista deve orientá-lo quanto à higienização, pois o piercing, tendo uma superfície não descamável, é também capaz de acumular placa e cálculo dental.

Referências: Artigo Piercing oral: beleza, riscos e o papel da odontologia
Oral piercing: beauty, risks and the role of dentistry
Mariana Marquezan, Leandro Teixeira Souza, Orlando Tanaka;  imagens: http://odontologianabocadopovo.blogspot.com.br/2010/05/piercing-em-tecidos-moles-da-boca-seis.html; http://agendar.no.comunidades.net/index.php?pagina=1158922494_13; http://drarebecamoura.blogspot.com.br/2011/01/piercing-uma-ameaca-saude-bucal.html; http://www.nopodonto.com.br/mais.html

Tabagismo – seu sorriso pede socorro!

smoking

Todos nós já sabemos e até mesmo os próprios fumantes sabem das consequências que o cigarro pode trazer. Abordei esse assunto com um olhar multidiciplinar, com informações um pouco além da área odontológica, pois creio que irá beneficiá-los com informações importantes, não só sobre a saúde bucal, mas oral também, pois o ato de fumar é o que acarreta um ciclo no qual o corpo inteiro sofre.

O tabagismo é um hábito perigoso. Está comprovado que fumar reduz o tempo de vida e causa aumento na incidência de câncer, doença cardíaca isquêmica, derrame, infarto do
miocárdio e doenças pulmonares crônicas. Cerca de 90% de todos os cânceres de pulmão são atribuídos ao hábito de fumar, e a taxa de sobrevivência em cinco anos entre
pacientes portadores de câncer é de 5 a 10%.

Câncer bucal causado pelo tabagismo

Câncer bucal causado pelo tabagismo

Além de ser prejudicial à saúde geral, o tabagismo também compromete a saúde bucal. O hábito de fumar foi associado ao aumento de risco de câncer bucal, leucoplasia, gengivite ulcerativa necrosante aguda, guna candidíase bucal, insucesso de implantes dentais e doença periodontal, e interfere no resultado de terapias periodontais cirúrgicas e não cirúrgicas. Fumar resulta em vasoconstrição periférica e, conseqüentemente, em prejuízo à cicatrização de feridas na boca.

dentes de um fumante

Fumantes geralmente apresentam mais placa do que não-fumantes, mas isso pode estar relacionado à má higiene bucal. Não há fortes evidências do efeito do tabagismo na
incidência de cárie dental; porém, há indicações de que alterações no pH e na capacidade tampão da saliva possam contribuir para sua formação. Por fim, fumar causa descoloração nos dentes e nas restaurações dentais, prejudica os sentidos do olfato e paladar e freqüentemente provoca halitose. O hábito de mascar tabaco geralmente causa enrugamento da mucosa bucal e recessão gengival. O uso de determinados produtos de tabaco sem queima pode resultar em aumento nos casos de câncer bucal.

A probabilidade de ter doenças periodontais aumenta de acordo com o número de cigarros consumidos. De fato, existe uma relação positiva linear entre aumento de quantidade de fumo e aumento dos níveis de perda de inserção periodontal. Ainda mais perturbador é o fato de que o risco de perda óssea alveolar para os fumantes inveterados é sete vezes maior do que para aqueles que nunca fumaram. Além do mais, a perda óssea está ligada às doenças periodontais.

Doença periodontal causado pelo acúmulo de placa

Doença periodontal causado pelo acúmulo de placa

A relação entre o fracasso dos implantes e o fumo se encontra no fato de que a baixa densidade óssea pode ser observada com maior freqüência nos fumantes do que nos não fumantes, indicando que os fumantes podem ter predisposição a qualidade óssea pobre.

Fumo passivo

foto-post-fumo

Já está comprovado que o fumo passivo pode levar às mesmas doenças do fumo ativo. Por isso, as leis anti-tabagismo, cada vez mais restritivas em todo mundo, não são apenas uma questão de não-fumantes incomodados com o cheiro da fumaça dos fumantes. É uma questão de saúde pessoal e pública.

Cânceres de pulmão em não-fumantes são pouco comuns, mas boa parte destes acometem pessoas que moram na mesma casa de um fumante. 90% dos cânceres de pulmão ocorrem em fumantes, os restantes 10% ficam em boa parte com os fumantes passivos. Um não-fumante casado com um fumante tem 20% mais de chances de morrer de câncer de pulmão e doenças cardiovasculares que não-fumantes não expostos ao fumo passivo. Não fumantes que vivem com fumantes apresentam uma mortalidade até 15% maior que pessoas sem contato frequente com o cigarro.

Tratamento

Abordagem Cognitivo-Comportamental:

É uma abordagem que combina intervenções cognitivas com treinamento de habilidades comportamentais, e que é muito utilizada para o tratamento das dependências. Esse tipo de tratamento geralmente é feito por psicólogos ou médicos treinados. Os componentes principais dessa abordagem envolvem: a detecção de situações de risco de recaída; o desenvolvimento de estratégias de enfrentamento. Dentre as várias estratégias empregadas nesse tipo de abordagem, temos, por exemplo, a auto-monitoração, o controle de estímulos e o emprego de técnicas de relaxamento. Em essência, esse tipo de abordagem envolve o estímulo ao auto-controle ou auto-manejo para que o indivíduo possa aprender como escapar do ciclo vicioso da dependência e a tornar-se assim um agente de mudança de seu próprio comportamento.
Tratamento Farmacológico (ou medicamentoso):

O tratamento medicamentoso pode ser utilizado como um apoio, em situações bem definidas, para alguns pacientes que desejam parar de fumar. Esse tratamento tem a função de facilitar a abordagem cognitivo-comportamental, que é a base para parar de fumar.

Existem, no momento, algumas medicações de eficácia comprovada na cessação de fumar. Esses medicamentos eficazes são divididos em duas categorias: medicamentos nicotínicos e medicamentos não-nicotínicos.

Os medicamentos nicotínicos, também chamados de Terapia de Reposição de Nicotina (TRN), se apresentam nas formas de adesivo, goma de mascar, inalador e aerossol. As duas primeiras correspondem a formas de liberação lenta de nicotina, e são, no momento, as únicas formas disponíveis no mercado brasileiro. O inalador e o aerossol são formas de liberação rápida de nicotina e ainda não estão disponíveis em nosso mercado.Os medicamentos não-nicotínicos são os anti-depressivos bupropiona e nortriptilina, e o anti-hipertensivo clonidina. A bupropiona é o medicamento de eleição nesse grupo, pois segundo estudos científicos, é um medicamento que não apresenta, na maioria dos casos, efeitos colaterais importantes.

O dentista tem um papel fundamental na prevenção, conscientização e educação dos pacientes quanto aos efeitos nocivos do cigarro.

Referência: http://www.colgateprofissional.com.br/LeadershipBR/NewsArticles/NewsMedia/PrevNews/ColgatePrevNews_14_1.pdf

ATM e DTM

Já ouviu estalos ou sentiu dor ao abrir e fechar a boca? E dores faciais e cervicais sem motivo aparente? Se sim, há uma grande chance de você estar com disfunções da ATM.Fiz um breve texto explicando o que é, sintomas e tratamento para a danada. Boa leitura!

A Articulação Temporomandibular (ATM) é um elemento do sistema estomatognático formado por várias estruturas internas e externas, capaz de realizar movimentos complexos. A mastigação, a deglutição,a fonação e a postura, dependem muito da
função, saúde e estabilidade desta para funcionarem de forma adequada.

Os componentes da ATM são: o côndilo mandibular, a fossa mandibular, a eminência articular, o disco articular, a cápsula articular, os ligamentos, a membrana sinovial
e a vascularização e inervação temporomandibular. Os movimentos e posições da mandíbula são determinados por três elementos: as articulações temporomandibulares,
o mecanismo neuromuscular e as unidades dentais, que são dirigidos pelo sistema nervoso central, sendo capazes de executar movimentos suaves, cíclicos
e coordenados.

Quando existe alguma alteração nesta articulação há o que chamamos de Disfunção Temporomandibular (DTM), que é definida como uma coleção de condições médicas, dentárias ou faciais associadas com anormalidades do sistema estomatognático,
que desencadeiam disfunções na Articulação Temporomandibular e tecidos adjacentes, incluindo os músculos faciais e cervicais. A classificação das DTM segundo Wanderlene Anelli é a seguinte: desordens internas da ATM (deslocamentos do disco articular, artralgia, artrite, artrose, traumas), desordens musculares por fatores primários (somente
alterações funcionais da musculatura) e desordens musculares por fatores secundários (outros fatores, como a má oclusão dentária ou hábitos parafuncionais ou o estresse levando a alterações musculares).

Causa

É multifatorial, as quais podem ser: alterações na oclusão, lesões traumáticas ou degenerativas da ATM, problemas esqueléticos, fatores psicológicos e hábitos deletérios. Os casos de DTM podem diferenciar-se pelo quadro clínico que apresentam. Bianchini afirma que os problemas da ATM podem ser divididos em distúrbios musculares e distúrbios articulares.

Sintomas

Os principais sintomas da DTM são: dor na ATM, cefaléia, estalos, dor articular, dor facial, limitação funcional, dor cervical, cansaço, limitação de abertura de boca, dor durante a mastigação, zumbido, dor na mandíbula, dente e outros.

Os estalos nas ATMs também são um dos sintomas mais frequentes em pacientes com DTM, ocorrem devido ao posicionamento errado da cartilagem, esta se deslocando para cima do côndilo abruptamente, quando o paciente abre a boca. O estalo pode ou não estar acompanhado de dor. Os hábitos podem prejudicar a estabilidade neuromuscular do sistema estomatognático, resultando na contração inadequada dos músculos mastigatórios. Dentre os hábitos observam-se a sucção digital (chupar dedo), o uso prolongado de chupeta, a sucção de língua ou lábios, o bruxismo, o briquismo (atrito entre os dentes durante o dia) e a onicofagia (roer unhas). Quando presentes, podem causar dor e redução da coordenação dos músculos atingidos.

Tratamento

Segundo alguns odontólogos, a princípio para se realizar um diagnóstico, deve-se analisar a origem do problema e o tipo de disfunção. De acordo com a literatura há formas variadas de tratamento, como as seguintes: massagens, terapia física, miorrelaxantes (relaxantes musculares), mioterapia, dentística, ajuste oclusal, placas e férulas, desgaste seletivo e técnicas cirúrgicas.

Aspectos sobre o tratamento psicológico são ressaltados por odontólogos e fonoaudiólogos por influenciarem no prognóstico dos pacientes com disfunção temporomandibular. Os problemas emocionais podem contribuir para o aparecimento dessa alteração e também para a sua perpetuação.

Fonte: ( Literatura acadêmica,  http://nutrifisio.com.br/documentos/classificacaoetratamentodasdisfuncaestemporomandibulares-qualopapeldofonoaudiologonotra65454.pdf, artigo SINAIS E SINTOMAS DE PACIENTES COM DISFUNÇÃO TEMPOROMANDIBULAR), Imagens: http://clinicamoove.files.wordpress.com/2011/02/atm.jpg?w=590, http://blog.marcelomatos.com/wp-content/uploads/2010/03/Anatomia-ATM2.jpg

Quebrou? Conserta!

Como lidar com as urgências em traumatismos dentários? Nunca saberemos quando esse fatos irão ocorrer, por isso, o melhor é sempre estar preparado!

O objetivo desse texto é fornecer informações atualizadas sobre traumatismos dentários quanto à conduta clínica e procedimentos, classificação e características, com o objetivo de promover o bem-estar das crianças envolvidas e de suas famílias.

O traumatismo dentário é uma situação de urgência, frequente nos consultórios odontopediátricos. Muitas vezes, porém, o atendimento que deveria ser imediato não é efetivamente realizado devido à falta de conhecimento de pais e responsáveis ou pelo fato de o primeiro atendimento ser realizado em prontos-socorros, clínicas médicas ou postos de saúde. Esses fatores, associados à falta de conhecimento dos profissionais de saúde sobre traumatismos dentários, ocasionam adiamento da avaliação pelo cirurgião dentista afetando o seu prognóstico.

Consideram-se lesões traumáticas dentárias desde uma simples fratura em esmalte até a perda definitiva do elemento dentário. Existe uma predominância de traumatismos dentários em indivíduos do sexo masculino, especialmente em idade escolar e em fase de crescimento, como consequência de quedas, brigas ou lutas, acidentes esportivos, automobilísticos, traumatismos com objetos e maus tratos. Situações
de urgência envolvendo cabeça e pescoço frequentemente se tornam experiências dramáticas para os pais e para as crianças.

A classificação e as características clínicas

Nas fraturas em esmalte e dentina sem exposição pulpar, é dispensável o atendimento de urgência, pois a literatura mostra que o prognóstico é favorável mesmo quando o tratamento é tardio; entretanto, o atendimento odontológico é necessário para avaliação e tratamento do caso. Fratura coronária com exposição pulpar, luxação intrusiva, concussão, subluxação e traumatismo em dentes decíduos (“dentes de leite”) são considerados de gravidade moderada; entretanto, necessitam de atendimento imediato. Avulsão, fratura radicular e fratura alveolar são consideradas situações agudas mais sérias e também devem receber atendimento imediato.

O atendimento de urgência nos traumatismos dentários considerados agudos garante melhor prognóstico do caso, evitando que ocorra necrose pulpar ou perda precoce do elemento dentário. Em qualquer caso considerado agudo, o paciente deve ser imediatamente encaminhado a um cirurgião- dentista para que sejam realizados os procedimentos necessários com materiais adequados.

É alta a frequência de traumatismos dentários em crianças e adolescentes. Indivíduos que apresentam selamento labial inadequado e que possuem protrusão da maxila maior que 5mm em relação à mandíbula são mais suscetíveis à ocorrência de traumatismos dentários.


Segundo Proprokowitsch et al, em um estudo realizado na Clínica Endodôntica da Faculdade de Odontologia da Universidade de São Paulo em 1995, dentre os traumatismos dentários da dentadura permanente, a fratura coronária sem exposição pulpar ocorreu com maior frequência (23%), seguido de avulsão dental (21%), subluxação (12%) e fratura radicular (9%). Concussão, fratura coronária com exposição pulpar, luxação intrusiva, extrusiva, lateral e fratura de esmalte somaram os 35% restantes, com maior prevalência no sexo masculino (66%) e faixa etária de 7 a 10 anos (40%).

Esquema mostrando as várias formas de traumatismo dental.

As consequências dos traumatismos dentários em dentes permanentes podem ser: alteração de cor, mobilidade, necrose pulpar, reabsorções ósseas e dentárias – se não tratado adequadamente –, o que pode ser ocasionada pela falta de tratamento imediato ou pelo prognóstico individual do caso.

Condulta e procedimentos

A experiência do profissional é essencial para o bom andamento do tratamento após o traumatismo. É necessário, inicialmente, acalmar os pais e o paciente para que se consiga obter informações precisas durante a realização da anamnese, com vistas a estabelecer um diagnóstico preciso e confiável, por meio de perguntas simples sobre onde, como e quando ocorreu o traumatismo.

O elemento dentário avulsionado – dente que foi projetado de seu “receptáculo” o osso alveolar e até mesmo da cavidade bucal, deve ser reposicionado imediatamente, ainda no local do acidente. Caso tal conduta seja inviável, o leite é o meio de transporte de escolha, podendo o dente permanecer por até 4 horas sem prejuízo do prognóstico.A água não é o meio de transporte ideal, só deve ser usada em último caso e, se assim for, somente é considerado prognóstico favorável naqueles casos em que o dente não ultrapassou em 1 hora neste meio. Nos casos de fratura da coroa é importante que se encontre o fragmento para que seja entregue ao cirurgião-dentista, possibilitando a colagem do mesmo. A higiene bucal com escovas dentárias macias e a limpeza com solução de clorexidina a 0,1% é necessária após o trauma dental para prevenir o acúmulo do biofilme dental e melhorar o prognóstico no trauma dentário.

É de extrema importância lembrar que a  negligência em relação ao tratamento odontológico após o traumatismo dentário pode ter como consequência alteração de cor, mobilidade, alteração de posição na arcada dentária, sintomatologia dolorosa, sensibilidade, reabsorções radiculares ou óssea, necrose e perda do elemento dental, os quais podem acarretar dificuldades de convívio social, baixa autoestima das crianças e problemas de relacionamentos futuros, principalmente pela ausência do elemento dentário

(Referência: Urgências em traumatismos dentários: classificação, características e procedimentos Dental traumatism urgencies: classification, signs and procedures – Mariane Emi Sanabe, Lícia Bezerra Cavalcante, Cármen Regina Coldebella, Fabio Cesar B. de Abreu e Lima; imagens – http://www.clinicaocxo.com.br/2011/espaco-paciente.php; http://2.bp.blogspot.com/_dQ93dYZmiVo/SwK1ZsA7VgI/AAAAAAAAANA/6BTz6EzKYPw/s1600/traumatismo1.png; http://www.odontoblogia.com.br/o-que-e/traumatismo-dentario/)

O que uma boa alimentação pode fazer pelo seu sorriso

A relação entre saúde bucal e alimentação vai além da boca como porta de entrada dos alimentos. Hábitos nutricionais influenciam nas condições da boca, assim como o contrário também ocorre, ampliando ainda mais os benefícios que cuidar destes dois aspectos traz para a saúde – assim como os prejuízos, em caso de descuido.
Uma boa alimentação dá aos tecidos da gengiva e aos dentes os nutrientes e minerais de que necessitam para permanecerem fortes e resistirem às infecções que podem levar à gengivite, entre outros benefícios.

Os alimentos contribuem de formas diferentes para a saúde bucal: os fibrosos (como as verduras e frutas) ajudam a limpar os dentes e os tecidos gengivais; o leite e o queijo elevam o pH na boca, reduzindo a exposição dos dentes ao ácido, e, como são ricos também em cálcio e fosfato, ajudam na remineralização (recuperação do esmalte dental); o arroz e o feijão, após o cozimento, retém uma boa quantidade de flúor na saliva, protegendo os dentes contra a cárie; e os alimentos mais duros, como maçã e cenoura, promovem a limpeza dos dentes durante a mastigação. Vitaminas, sais minerais, cálcio, fósforo e níveis adequados de flúor também são importantes aliados para uma boca saudável.

Mas há também alimentos que podem prejudicar a saúde bucal, se consumidos de forma indiscriminada e sem a correta higienização após. O mais famoso deles é o açúcar, associado ao surgimento da cárie. Mas não é só o açúcar usado para adoçar (sacarose) que é prejudicial, outros tipos, como glicose e maltose, além de amidos, todos eles presentes nos alimentos, também são nocivos e merecem atenção especial.
A quantidade de açúcar consumida é menos importante que a frequência. Então, o melhor sempre é limitar a ingestão de bolachas, biscoitos, doces, frutas secas, refrigerantes, salgadinhos e balas ao longo do dia. Os açúcares e amidos combinam-se com a placa bacteriana, produzindo substâncias ácidas que atacam e desgastam o esmalte dental e podem levar à doença cárie.


E não são apenas os ácidos produzidos pelas bactérias que fazem mal aos dentes, os presentes nos alimentos também. Essas substâncias, quando consumidas em grande quantidade e frequência, causam um desgaste dental chamado erosão ácida, que pode levar à descoloração e amarelamento dos dentes, superfície dental áspera e com bordas dentais transparentes e até translúcidas, sensibilidade dental, entre outros danos funcionais e estéticos.
A erosão ácida é um problema cada vez mais comum, e ocorre já entre as crianças, devido especialmente ao maior consumo de bebidas ácidas, como refrigerantes, sucos artificiais e isotônicos (bebidas esportivas).

“É preocupante o fato deste problema estar ocorrendo já entre crianças, porque nesta idade é mais fácil para os pais controlarem a alimentação dos filhos, mas muitas vezes isso não é feito da maneira mais saudável”, diz a cirurgiã-dentista Márcia Vendiciano Vasconcelos, doutora em Nutrição e consultora científica da ABO. “Além disso, é durante a infância que devem ser formados os hábitos alimentares que a pessoa levará para o resto da vida”, completa a especialista.

Boca saudável é corpo saudável!
Por outro lado, a atenção dada à higiene bucal e às visitas ao dentista também se refletem numa boa nutrição. Um elemento que tem importante papel nessa relação é a saliva – não é a toa que nossa boca saliva quando vemos um prato delicioso. Ela auxilia o sistema digestório, pois é na boca que inicia toda a digestão dos alimentos. A umidificação e lubrificação da mucosa bucal e da faringe pela saliva auxiliam também na mastigação.
Além disso, os próprios dentes têm função crucial no processo digestório. Eles têm grande importância para que tenhamos uma boa mastigação, reduzindo o bolo alimentar a fragmentos muito pequenos, o que irá facilitar a digestão e a absorção dos nutrientes dos alimentos. A perda de qualquer dente diminui a eficiência mastigatória e causa desequilíbrio na oclusão (mordida), com os dentes mudando de posição, além do prejuízo estético.

Dados retirados do site da ABO (alerta a Associação Brasileira de Odontologia)